Tradutoras: Carla Bitelli e Flávia Yacubian
320 páginas
2017
A primeira regra é não se apaixonar. Tom possui uma estranha condição: ele não é imortal, mas envelhece devagar. Por isso, ele caminha há mais de 400 anos pela terra, vendo de tudo e experimentando de tudo. Há muito também ele precisa trabalhar para uma organização de pessoas como ele, a fim de recrutá-los para que permaneçam desconhecidos, sem que o mundo conheça suas condições. Enquanto procura pela filha perdida, ele torna-se professor de história em Londres e seu mundo pode mudar ao conhecer Camille.
A primeira coisa a dizer sobre esse livro é: estou encantada. Sério. Ao ler na biografia, vi que Matt Haig é um dos autores mais conceituados na Inglaterra, porém eu nunca tinha ouvido falar dele. Devo confessar que ao conhecer a história, a sinopse me deixou MUITO atraída, além de certa forma ter me remetido a uma série que muito gostei (alguém aí conhece Forever?). Entretanto, não há semelhança alguma e ao mesmo tempo me passou as mesmas sensações. E estou muito agradecida a editora ter me mostrado a história que pra mim, definitivamente foi uma das melhores do ano.
"E quando eu não senti mais nada, quase tive saudade da dor; com dor, ao menos se sabe que se está vivo."
Como mencionado na sinopse, Tom Hazard tem mais de 400 anos. Para ser mais precisa, ele nasceu em 1541. Por isso, temos uma narrativa bem madura e um tanto melancólica, digno de alguém que já passou tanto tempo vivo. Ao mesmo tempo que a história de Tom vai sendo contada, há muitas reflexões sobre temas que variam da vida ao tempo e o amor. Logo, há muitas passagens bonitas que fazem pensar por um longo tempo. Ainda assim, não há um vocabulário rebuscado por parte do autor. É formal e atual, com algumas gírias e palavrões aqui e acolá.
O livro, para melhor organização, é dividido em cinco partes e vários capítulos, que vão alternando entre o passado e presente, todos datados. A narrativa não tornou-se massante e apesar de ir e voltar no tempo, consegue evoluir bem. Minha parte favorita é a que ele conta sobre a única mulher que amou em quatrocentos anos, onde a caracterização da época é envolvente, bem como todo o romance.
O grande diferencial da obra é que, diferente do que a sinopse parece dizer, Como Parar o Tempo não foca no romance. Ele está lá - e confesso que pelas raras partes em que aparece, ele até parece se desenvolver rápido - porém o amor romântico não é o ponto real da obra. Em outras palavras, a química entre Tom e Camille
funciona muito bem, porém, como não são tão frequentes as partes
em que ambos se desenvolvem, o romance parece acontecer de forma
rápida. Ainda assim, em minha opinião, a história não é tão
afetada por isso, já que quando tais cenas acontecem, ambos possuem
diálogos interessantes.
A história é a grande homenageada. Haig
utiliza-se da condição de seu protagonista para dar aos leitores
uma verdadeira aula de história (vale lembrar que não posso afirmar
com certeza se todos os dados históricos são verídicos. Porém,
com toda certeza demandou grande trabalho de pesquisa). Seu
personagem passa por vários momentos importantes e grande parte do
livro é voltando em tais memórias, deixando a trama grandiosa e
rica em detalhes, trazendo mais veracidade. Tom Hazard conheceu
Shakespeare, sobreviveu a caça às bruxas, encontrou Scott e Zelda
Fitzgerald. Esteve em inúmeros países, viajou o mundo de barco,
sobreviveu à Peste Negra. É um tanto interessante acompanhar o
protagonista contar suas histórias, que são bem criadas e
descritas.
Logo, deve-se mencionar que o livro não é tanto sobre ficção científica em si, que estamos acostumados a ver, apesar da condição anormal descrita. Como Parar o Tempo está mais para uma ficção simples, sendo um relato um tanto reflexivo sobre o tempo e a vida humana.
Portanto, Como Parar o Tempo é uma bela homenagem
à História do Mundo, mesmo que o grande ponto da história – o
protagonista – seja a princípio, mera ficção. Recomendado de
olhos fechados a quem aprecia uma bela leitura com dados
interessantes, romance e até mesmo certa ação.
Ahh, preciso ler esse livro!
ResponderExcluirAdoro essas histórias que trazem dramas e gosto de ficar imaginando como seria se eu vivesse 400 anos!
Já quero ler esse livro <33
ResponderExcluirParabéns pelo blog, já estou seguindo para poder acompanhar as novidades
www.papomoleca.com.br
Oi, Camila. Já ouvi falar do livro mas nunca tinha entendido sobre o que era, e agora fiquei bem animada para conhecê-la melhor. Imagino que iria gostar muito da obra.
ResponderExcluirBeijos
https://www.youtube.com/watch?v=2hr7Uqu6G80