Resenha: Tudo aquilo que nos separa - Rosie Walsh

Editora Record
Tradutor: Márcio El-Jack
336 páginas
2018
*Prova não revisada recebida pelo VIB da Record

Bastaram sete dias para que Sarah e Eddie se conhecessem e se apaixonassem como nunca antes. Sete dias perfeitos de paixão mútua e então ele precisou partir para uma viagem há muito agendada, prometendo te ligar do aeroporto e em vários momentos depois, mas ele não liga. "Desencana do cara", seus amigos dizem, mas você sabe que eles estão errados e que deve ter acontecido algo para que Eddie não ligasse.

E Sarah está certa, mas o que fazer quando o motivo que os separa é a única verdade que eles não haviam compartilhado um com o outro?

"Não acho que o amor deva ser uma explosão. Não acho que deva ser dramático, cheio de sofreguidão, nem nada dessas bobagens que dizem os músicos e escritores. Mas acho que, quando acontece, nós sabemos."

Tudo Aquilo que nos separa é mais um dos livros que recebemos antecipadamente da editora, mas que por conta de diversos fatores externos acabou sendo deixado para depois (tanto que já até foi lançado) e confesso que pela apresentação também não fiquei super empolgada em o ler logo. Mas foi puro julgamento inicial, uma vez que quando o peguei e iniciei sua leitura foram questões de dias até chegar ao fim.


Como dito na sinopse vamos conhecer Sarah e Eddie, duas pessoas que em uma tarde se conhecem e durante uma semana vivem uma paixão inigualável até que ele some e Sarah não consegue entender ou aceitar... até descobrir o porquê. Pouco reveladora, a premissa me fez iniciar o livro de forma muito despretenciosa, achando que era só mais um daqueles romances em que o casal passa por diversos percalços antes de ficar junto. E não deixa de ser, embora o percalço deles seja um só e grande o suficiente, mas é uma história que vai muito além e surpreende quando menos se espera, principalmente, pela forma sutil e genial como foi escrita e conduzida.

Narrado pela Sarah, até a terceira parte, o início é um pouco lento, admito, principalmente quando ela reconta a semana em que ela e Eddie passaram juntos mas a trama cresce e evolui conforme vai passando e quando chega a vez de Eddie narrar o sentimento de ansiedade só cresceu e me deixou ainda mais afoita por respostas (e elas vem, fiquem tranquilos). Os capítulos são escritos em primeira pessoa e mesclam presente, passado e cartas, tudo muito bem sinalizado mas que pode confundir um pouco os leitores mais desatentos.

O enredo pode até parecer óbvio mas na realidade ele é completo de reviravoltas. Sabe quando você acha que já sabe o rumo que as coisas vão tomar e o desfecho que vai ter mas quando menos se espera vem algo que muda tudo e transforma toda a história? É exatamente isso que Rosie faz, de forma maestral e pontuada por uma escrita extremamente agradável e fluída, tanto que me compeliu a continuar mesmo nos momentos em que a protagonista me dava nos nervos insistindo em mandar mensagens mil para o seu crush desaparecido.

A construção dos personagens se deu de forma muito real, eles são o tipo de pessoas que poderíamos facilmente encontrar em qualquer esquina, com personalidades e dramas, senão iguais, muito parecidos. Senti que alguns personagens secundários ficaram esquecidos ao longo do caminho e embora a autora tenha dito ao fim o que aconteceu com cada um deles, teria sido legal ver mais de suas presenças.

Tudo aquilo que nos separa é um romance que vai agradar tanto a quem gosta de se emocionar quanto a quem gosta de se surpreender. Tocante em diversos sentidos, foi, sem dúvida, uma aposta mais do que certeira da editora.