Resenha: O Príncipe Congelado - Raigor Ferreira

Editora Astral Cultural
2019
176 páginas

Bem-vindo a Arvoredo, um reino tomado pelo gelo. Depois de muitas desventuras e tragédias, Arvoredo conheceu o impiedoso Inverno que se prolonga e dificulta a vida de todos os seus habitantes. Porém, a chegada de uma forasteira misteriosa e de cabelos vermelhos pode mudar o futuro do reino para sempre. O Príncipe Congelado é um conto de fadas que revela o lado mais encantador do amor entre dois jovens bem diferentes do “convencional”. Entre nessa aventura de autodescoberta, amizade e aceitação de quem somos da forma como somos. Você está pronto para deixar seu coração se aquecer com essa história?

*sinopse original


A primeira coisa que chama a atenção na obra de Raigor Ferreira, é sem dúvidas, a capa. Belamente ilustrada, junto ao título, remete-nos automaticamente ao filme Frozen. Ao ler a sinopse, talvez muitos pensem que trata-se de um livro infantil, apesar de parecer ter muitas páginas para uma criança ou pré adolescente.
De fato, creio que a obra está enquadrada na categoria infanto-juvenil. Entretanto, a pureza e a magia da história cativa a todas as idades.

A premissa é simples. O reino de Arvoredo sofreu com muitas tragédias nos últimos tempos, a última delas sendo ser tomada pelo gelo. Nada feito propositalmente; o príncipe Phelipe não tem controle sobre o gelo que ele parece ter: o próprio rapaz vive gelado paralisado, tendo muitas limitações e vivendo longe das portas e janelas de seu castelo. Do outro lado, temos a princesa Lavinah, conhecida como a Princesa de Fogo, pois sempre viveu em volta de chamas que jamais apagaram. Ao ouvir falar do príncipe congelado, ela foge de seu reino em busca de Arvoredo, com o objetivo de conhecer alguém que sofre e tem problemas semelhantes aos dela.

E é assim, em ritmo de conto de fadas, que temos a premissa do livro de Raigor, que tem uma escrita muito boa. Assim como em outros clássicos, o autor tem a escrita enxuta demais, passando sem enrolações pelos acontecimentos, e por isso, mantendo o ritmo da história bem acelerado. Do meio pro fim, porém, o autor começa a se demorar mais nos acontecimentos e palavras, mudando o ritmo da história de forma meio brusca. Entretanto, não é nada que faça a história decair.

Como é possível de imaginar, vários contos de fada foram usados de inspiração para O Príncipe Congelado. É possível perceber referências de Chapéuzinho Vermelho, Frozen e até mesmo, A Bela e a Fera. Ainda assim, tratam-se mesmo de referências, e Raigor consegue deixar sua originalidade na história, que transcorre de maneira sutil e delicada.

O livro, portanto, não tem muitas cenas de ação, mas ao invés disso, temos muitas cenas que afetam o emocional do leitor, principalmente sobre os personagens secundários, que, em minha opinião, foram os mais cativantes. Não consegui, por exemplo, me conectar com os protagonistas, que me pareceram meio rasos. Talvez, com uma profundidade maior para a caracterização de suas questões pessoais, a identificação seria maior.

O Príncipe Congelado tem um final esperado e sem surpresas. Ainda assim, é uma ótima história para crianças ou para adultos que estejam com o livro em mãos e queiram derreter o coração.

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