Resenha: Albertine - Décio Gomes

 
Editora Schoba
335 páginas
2012

Jeremy e Albertine são apaixonados desde a infância. Agora, já adultos, eles finalmente podem realizar o sonho do casamento, que é o que acontece. Orfão, tudo o que Jeremy possui de herança é uma mansão antiga e imponente, no meio da floresta. O casal se muda para lá, junto com os empregados e a governanta, que sempre foi como uma mãe para os dois. Porém, conforme o tempo passa, todos descobrem que há algo estranho na casa, algo que eles não têm ideia do que pode ser, mas que todos têm certeza de que é perigoso. Cabe então a Albertine lutar para sobreviver, e lutar pelo amor de sua vida.

Eu li esse livro ano passado, e fiquei maravilhada com a história. Apesar de ser uma obra de alguns anos já, resolvi resenhá-lo porque recentemente adquiri o segundo volume, e quero falar sobre ele também. Acho que ficaria estranho o blog ter a resenha de Minueto da Madrugada, mas não ter do primeiro livro, Albertine. Então cá estamos!



Com um prólogo misterioso, que já deixa o leitor intrigado logo de cara, a leitura já começa a todo vapor. O livro inicia-se contando rapidamente a história de Jeremy e Albertine na infância, até chegar onde a trama começa realmente, o início do trabalho de Jeremy; e Albertine viajando. A narrativa é fluída, e está sempre acontecendo algo, como em um filme. Quando uma cena acaba, outra começa, sempre mantendo o ritmo e prendendo o leitor.
Albertine possui algo que muito me agrada em um livro: possui romance mesclado com mistério. O mistério, por sinal, é muito bem trabalhado por Décio, que tem as histórias de Edgar Allan Poe como inspiração. Há um pouco de terror também, mas nada que faça o leitor ter pesadelos a noite. É tudo muito bem equilibrado, o que me fez ler durante horas, a cada momento livre que eu tinha.

"Toda a fome, todo ardor em seus olhos, tudo havia sido substituído pela inexplicável ânsia de folhear aquele livro, encontrado sob circustâncias tão incomuns."

O autor possui uma ótima escrita, e ao que posso lembrar, não há gírias. Ao contrário da opinião de muitos, acredito que as gírias em excesso em um livro nacional não traz uma atmosfera mais familiar. Possui também um rico vocabulário, fazendo com que a leitura seja cheia de figuras de linguagem e descrições detalhadas sobre o ambiente e suas personagens.

O encanto das personagens está nos secundários. Eu tive um grande apego com Rosa e o Padre Jullian (que é tão importante, que ganhou seu próprio livro!). Ambos são gentis, fazendo de tudo pela felicidade do casal. Apesar de serem secundários, desempenham papéis importantes na história, principalmente no final, que por sinal me deixou bem chocada e despedaçada. Jeremy e Albertine são ótimos personagens, porém, não me entendam mal. Há muita tensão entre os dois. Todos são muito bem trabalhados.

Sendo sincera, não vejo pontos negativos no primeiro volume da trilogia. Espero que o ritmo frenético se mantenha no segundo livro! Albertine é um livro muito recomendado, já que o espaço para livros nacionais de mistério não é muito grande. Bem escrito e bem narrado, é um prato cheio para os fãs do gênero.

Sobre a trilogia:
As Crônicas Ridell é uma trilogia com os dois primeiros livros, Albertine e Minueto da Madrugada, já lançados. O terceiro livro, Elegia, deve ser lançado em breve. Há ainda uma spin off ambientada no mesmo universo, e que possui o Padre Jullian como protagonista. Chama-se In Nomine Patris. Todos os livros serão relançados pela editora Tribo das Letras.

2 comentários:

  1. Olá Camila

    Meus deus do céu,estou bastante empolgada com sua Resenha, não preciso dizer que vou procurar por este livro! Sou Amante do Mistério, costumo admirar este gênero em cada pagina!sua Resenha me deixou Curiosa, estava me faltando algumas opções para Leitura mas desde de já você me convenceu,acredito que vou sentir falta de um pouquinho de terror(risos)

    Parabéns pela Resenha flor

    Beijos

    http://resenhaatual.blogspot.com.br/

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  2. @Resenha Atual

    Leia sim, pois o livro é ótimo! Melhor ainda quando é literatura nacional, me dá orgulho haha
    Espero que os outros sejam tão bons quanto.

    Beijos!

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