Editora Leya
Tradutora: Débora Isidoro
352 páginas
2015
Tradutora: Débora Isidoro
352 páginas
2015
Apesar das semelhanças
iniciais com outras tantas distopias que vemos por aí, a série A
Cidade Solitária vem para trazer uma proposta extremamente original,
coisa que nunca vimos antes. Por causa disso, a estranheza que causa
é imensa e me fez devorar o livro em dois dias.
A Joia é uma mistura
de distopia, fantasia e ficção científica. Me senti lendo uma
mistura de A Seleção, ASOIAF e Gossip Girl (A Seleção por causa da realeza; ASOIAF por causa da extrema crueldade; e Gossip Girl por causa das fofocas e intrigas). Mas não se preocupem
porque por incrível que pareça, isso resulta em uma ótima
história.
Tentando explicar um
pouco sobre o mundo, A Cidade Solitária é um lugar rodeado pelo
mar, sendo basicamente uma ilha. Circular, é dividida em 5 partes
por muros, da parte externa à mais interna. A Joia fica bem no meio
da cidade, e é onde a realeza permanece. Fora isso, ainda temos o
Banco, a Fábrica, a Fazenda e o Pântano. Ou seja, dos mais ricos
para os mais pobres.
No passado, a realeza
começou a ter problemas na hora de ter filhos; todos eles nasciam
mortos. Descobriu-se, porém, que na parte mais pobre da cidade, o
Pântano, algumas garotas nasciam com “poderes”, sendo capazes de
carregar filhos para os mais ricos. Desde então, todo ano garotas
com essa “anormalidade”, são enviadas como mercadorias para
Joia, onde são vendidas e devem ter um filho para o casal, virando
as Substitutas.
É aí que chegamos na
protagonista da história, Violet Lasting. Ela possui esse nome
porque seus olhos possuem o misterioso tom. Violet é uma substituta
e treina em um internato desde os 12 anos. Aos 16, ela finalmente é
enviada para A Joia, onde é vendida. O que ela não esperava é que
fosse se apaixonar. Algo terminantemente proíbido.
O livro tem uma
narrativa fluída, mas cheia de detalhes. O tempo todo lemos a
descrição dos vestidos de Violet e como ela se sente ao tocar o seu
violoncelo e ouvir música. A trama é irrigada de crueldade, fofocas
e boatos. Afinal, estamos numa realeza, onde tudo é status e onde
todos querem o poder. A história desencadea-se em mistérios e
incertezas, e o leitor se vê torcendo por Violet, perguntando-se
qual será a próxima coisa a acontecer com a mocinha.
Por falar na
protagonista, não sei como me sinto sobre ela ainda. Torci, e pude
sentir cada uma das emoções dela, porque Ewing as registrou
magnificamente bem. Mas quando ela vinha em uma sequência de
acertos, e eu pensava “ok, gosto dela”, ela tomava atitudes muito
erradas e impensadas. É uma garota que amadurece, tornando-se forte e
corajosa, mas que permanece sendo infantil.
“Eu sou a música, e as cordas e meu corpo são tão ressonantes quanto o violoncelo. Somos um só instrumento, estamos em um lugar onde ninguém pode nos tocar, onde não há Joia ou substitutas, um lugar onde só existe a música.”
A grande personagem
favorita, em minha opinião, é a “dona” de Violet. A Duquesa possui a personalidade mais complexa do livro. É perversa,
inteligente, articuladora e incrivelmente má. Contudo, acho que o
leitor não consegue odiá-la, porque em muitos momentos do livro ela
demonstra ter sentimentos, e muito rancor do passado. Ela faz tudo
por um motivo, e parece bem solitária. Tenta, na medida do possível,
agradar a garota, e sabe que o que a protagonista tem que fazer é
algo horrível... entretanto, necessário. (Se alguém já leu o
livro e discorda de mim, mil perdões! Mas realmente gostei dela
haha)
Os outros personagens
não são tão bem explorados, além de mostrá-los todos numa grande
rede de intrigas, e o pior ou melhor lado de cada um, mas acredito
que deve-se ao fato de ser o primeiro livro.
Como em todas as
distopias, A Joia aborda alguns problema sociais. No caso, sobre
quanto vale a vida de uma pessoa. Até onde vai a igualdade, porque
as famílias das substitutas recebem a quantia em milhares de
diamantes, podendo ter uma vida mais confortável, mas vivendo sem
uma filha e tendo que permanecer em um lugar onde não há condições
de vida para ninguém. Os problemas sociais não foram o foco do
primeiro volume, e espero que a autora se aprofunde nos próximos
livros.
O final do livro é um
choque. É previsível até certo ponto, algo que já era certo de
acontecer. O que não se imagina é como vai acontecer, e é aí que
está o imprevisível; me fez pesquisar na hora sobre o segundo livro
da série, mas parece que vou ter que esperar. Ou tentar, ao menos.
História muito
recomendada.
Sobre a série:
A Joia é o primeiro
livro da série A Cidade Solitária. No exterior, o segundo livro sairá em outubro, e dois ebooks com histórias extras foram lançados. O
terceiro livro ainda não possui previsão ou título. Aqui no
Brasil, o segundo volume deve chegar apenas em 2016.
não conhecia esse livro ainda, antes de ler sua resenha, logo pensei na seleção por conta da capa, vou coloca na minha lista para ler.
ResponderExcluirhttp://fofaporembirrenta.blogspot.com.br/
Oi Flor
ResponderExcluirE quase impossível ler a Resenha e não ter um pequeno vislumbre de a Seleção e uma Mistura de a Rainha Vermelha, incrível!
Eu Realmente amo esse gênero, essa Mistura de romance e estado que envolve toda sociedade<3
Já esta incluindo na minha lista sem duvida!
Parabéns Pela Resenha
resenhaatual.blogspot.com.b
Não sou tãããão fã de distopias, mas acho que leria, caso tivesse oportunidade! :D
ResponderExcluirSeguindo o blog!
Beijos,
http://postandotrechos.blogspot.com.br/
@Jessica Figueredo
ResponderExcluirSim, Jessica! Não tem como não pensar em A seleção. Apesar de ambos falarem sobre a realeza, felizmente as semelhanças são poucas, limitando-se ao luxo, mordomia e música.
Fico feliz que eu tenha te convencido a ler! (eu acho haha)
Beijos!
@Ingrid Ellen
ResponderExcluirOi, Ingrid! Ainda não tive a oportunidade de ler A Rainha Vermelha. No momento, ele é o meu maior desejado! Assim como A Seleção, espero que as semelhanças fiquem apenas na capa e na sinopse!
Eu confesso que já estava meio enjoada dessas distopias (após de ler a trilogia divergente, da qual só gostei do primeiro), mas A Cidade Solitária veio pra renovar os ares hahaha
Beijos!
@Postando Trechos
ResponderExcluirAh, leia sim porque vale a pena! Tem um plot muito diferente das outras distopias!
Segui seu blog também.
Beijos!
Eu estou lendo esse livro no momento, e eu não consigo ler muito de uma vez por que eu fico incrivelmente tensa com ele.
ResponderExcluirSe você for pensar, conforme a trama vai se desenrolando a coisa vai ficando cada vez mais macabra e pesada. Eu digo com todas as palavras que esse é um livro pesado. Eu achei ele pesado. Comprei esperando um romance de época melado, mas no final é uma trama muito bem desenvolvida, cruel e pesada. haha.
É um livro bom para quem gosta desse tipo de coisa. Mas eu passo longe de comparar com A Seleção, mesmo tendo uma distopia e uma divisão padrão e definida de "castas" as coisas eram bem mais leves e tranquilas que em A Jóia, afinal, não é um casamento que está em jogo, é uma vida e com todas as crueldades e processos relacionadas para chegar no objetivo.
www.sakurys.com
@Stefanie Regina Forler
ResponderExcluirOi, Stefanie!
Eu sei exatamente como se sente. Eu lia umas 20 páginas e parava pra respirar e fazer alguma coisa, porque eu me sentia sufocada caso permanecesse lendo.
Eu comparo com A Seleção no sentido da descrição da vida de vestidos e jantares e no fato de ambas as protagonistas serem musicistas. Mas que A Joia é infinitamente mais cruel, isso é. Eu sofri demais com a Violet. É pra pessoas que aguentem ler todo esse sofrimento. Ainda sim, eu gostei muito.
Agradeço imensamente o comentário. Beijos!
Menina, eu li esse livro durante a Maratona Literária de Inverno e fiquei em choque quando eu terminei. Me envolvi demais com a leitura e adorei o universo criado pela autora. Mal posso esperar pelo próximo livro!
ResponderExcluirBeijos!
@Palavras Radioativas
ResponderExcluirParece que esse livro é feito pra chocar mesmo, haha! E faz isso muito bem. A autora escreve bem, foi criativa e envolvente. Espero que a Editora Leya lance a trilogia direitinho aqui.
Obrigada pelo comentário. ♡
Beijos!