
Produção original Netflix
Elenco: Dallas Roberts, Debby Ryan, Alyssa Milano, Christopher Gorham
Criação: Lauren Gussis
Número de episódios: 12
Duração por episódio: cerca de 50 minutos
Ano: 2018
Gênero: Comédia (humor negro), Drama adolescente
Sinopse:
Patty é uma adolescente gorda que, após um acidente, perde muito peso e decide se vingar de todos os colegas de escola que praticaram bullying com ela. Bob Armstrong é um advogado fracassado que tem como paixão preparar jovens para concursos de miss e enxerga em Patty uma nova estrela. O que ele não esperava eram os problemas e confusos que a menina traria.
Polêmica desde o primeiro trailer e da divulgação da sinopse, Insatiable é uma produção original Netflix que prometia falar de assuntos pesados e importantes de forma leve e com muito humor mas que acabou desagradando e ganhando odiadores justamente pela displicência com que trata tais assuntos.
Patty (Debby Ryan) é uma adolescente obesa que sofre muito bullying, tanto dentro quanto fora da escola, por conta da sua aparência. Após um acidente que a faz perder muito peso rapidamente a menina decide se vingar de todos que a ridicularizaram e a oportunidade perfeita surge quando Bob Armstrong (Dallas Roberts), seu advogado que se vê em declínio após uma falsa acusação de pedofilia, vê nela a estrela que precisava para finalmente ter uma pupila vencedora nos concursos de miss.
A polêmica inicial que se dava por conta do "fat-shaming" logo ficou de lado conforme se avança na série, uma vez que são introduzidos tantos outros tabus que a trama acaba se tornando uma coisa bem bagunçada. Obesidade, bullying, preconceito, pedofilia, abuso sexual, drogas, distúrbios alimentares, religião, gravidez na adolescência...tudo isso e muitos outros assuntos importantes são abordados mas nenhum é realmente aprofundado, mesmo havendo lá pelo quarto ou quinto episódio uma ou duas cenas sobre se sentir confortável no seu próprio corpo onde essa abordagem mais profunda quase ocorreu. Contudo, acontece tão rápido que se piscar, perdeu.
Se pautando na ironia e no sarcasmo, a série mais do que abusa do exagero na hora de satirizar as situações o que a faz perder a mão tanto na hora de tratar os temas com leveza e humor quanto nos momentos em que pretende falar mais a sério e puxar para o lado da conscientização. Foram poucos os momentos em que realmente ri, diferente da quantidade de vezes em que me choquei e me surpreendi negativamente com o que foi apresentado.
Com personagens bastante estereotipados e cheios de falhas mas que possuem uma grande oportunidade de crescimento, se os roteiristas assim quiserem, os atores até que se saem bem e convencem em seus papéis. Diversos arcos secundários bastante interessantes são abordados, como a descoberta da sexualidade tanto na adolescência quanto na vida adulta, trazendo destaque aos demais núcleos mas, infelizmente, essa pequena vitória do roteiro se perde em meio ao mar de piadas sem graça.
Patty, mais do que a garota gorda que conseguiu emagrecer, acabou sendo uma adolescente sem o mínimo controle sobre seus impulsos vingativos e seus desejos, egoísta, totalmente insegura - uma vez que acredita em tudo o que falam dela, seja bom ou ruim - e que precisa urgentemente de ajuda psicológica. Aliás, todo o elenco de personagens dessa série precisa urgentemente de terapia, uma vez que não haja um, seja adulto ou adolescente, que não haja de forma insana e/ou irresponsável e imatura na maioria dos momentos.
Apesar de todos os pesares, a série ainda consegue prender a atenção por conta do seu ritmo dinâmico e das diversas reviravoltas inesperadas que não deixam espaço para a monotonia. Entretanto, Insatiable acabou sendo mais sobre as possíveis - e terríveis - consequências do bullying quando ele não é tratado e cuidado da forma correta do que sobre o ato em si, chegando a ase transformar nos episódios finais em uma série de crimes a la Pretty Little Liars onde a história consegue ficar, ainda mais, cheia e, porque não, maluca. Uma coisa é certa: a melhor forma de assistir é deixando a mente bem, bem aberta.
Olá!
ResponderExcluirDevo concordar com você a respeito do exagero da série em relação aos assuntos, piadas etc. Mas como você também disse, precisamos assistir a série com uma mente bem aberta, e foi o que eu fiz após assistir um vídeo de uma youtuber. Eu acho que a série teve o intuito de chocar mesmo e de mostrar a realidade sobre alguns pontos da nossa vida, por exemplo, egoísmo. Sabe quando despejam verdades em nós e não somos capazes de aceitar? A série foi um pouco disso, eles falaram abertamente sobre como o ser humano tem se comportado. Claro, não dá pra generalizar! E mais, MUITA coisa ficou errada, mas a ideia da série foi bacana (ou o que eles acharam que seria a ideia). Enfim, não sei se deu para entender meu ponto de vista, mas... hahaha
Beijão
Cantinho da Escrita
Oi Lídia!
ExcluirFoi essa a impressão que tive também, acerca do choque ao demonstrar a realidade e o comportamento humano, mas não soube trazer isso pra minha resenha. Li algumas entrevistas e matérias feitas sobre a criadora da série e parece que o intuito dela é justamente falar desses tabus de uma forma chocante e mais aberta. Não é uma série de todo ruim, até pretendo ver a próxima temporada, mas acho que a maior questão é realmente conseguir manter a mente aberta pra tirar proveito das partes boas que ela tem a oferecer.
Beijos!
Não é nem de longe o tipo de série que costumo e gosto de ver, mas vou confessar que tive conhecimento da série justamente pela polêmica que rolou e isso me deixou curiosa XD
ResponderExcluirQuem sabe eu veja =D
Ótima resenha!
Oi Dora!
ExcluirSim, a polêmica foi bem grande. Confesso que não fiquei chocada nem nada parecido com o trailer,só senti mais a dimensão da coisa ao assistir mesmo, mas se você ficou curiosa dê uma chance. Nada como ver com os próprios olhos pra conhecer a realidade.
Beijos e obrigada!
Já vi a série e devo concordar que existe um grande exagero na série. Achei que podiam ter tomado a série um bocadinho mais séria, e teria sido mil vezes melhor. Os últimos episódios foram um pouco tosco e sem razão de ser, na minha opinião, especialmente o exorcismo.
ResponderExcluirAll We Need Is... | Facebook | Instagram