Resenha: O Velho Mundo - Kátia Regina Souza

Editora Giostri
251 páginas
2016

Os nove primos Cantrell viviam uma infância feliz e confortável até serem convocados através de um sonho para salvar as treze terras de uma grande ameaça: Cruciare, o Senhor do Escuro.
Ao mesmo tempo em que uma profecia ameaça as terras, os Cantrell devem se unir em uma jornada de lutas em busca do elixir que poderá salvá-los e em meio a dores e perdas descobrirem até onde iriam por amor à família.

"Se o universo é maior do que nossas rotinas mundanas, por que não poderíamos ser também?"

Daniel, Olívio, Tiago, André, Clara, Débora, Gabriela, Ágata e Eduardo são as crianças mais novas da família Cantrell, um clã grande e extremamente unido que faz tudo pela família. Tudo muda quando os pequenos começam a sonhar com um mundo que corre grande risco de destruição e, tempos depois, descobrem que os sonhos são, na verdade, um chamado de uma terra que eles estão destinados a salvar.
Iniciando uma nova série, O Velho Mundo é uma fantasia infanto-juvenil com grandes toques de filosofia e reflexões que alcançam um público muito além do que aquele a que se destina.
Escrito em terceira pessoa, a autora tem uma narrativa por vezes poética, bastante descritiva e cheia de detalhes. Confesso que não gosto muito de textos que descrevem tudo em todas as minúcias pois tornam a leitura mais lenta e arrastada e com isso demoro mais tempo do que gostaria para finalizar o livro, mas entendo que nesse caso o detalhamento foi necessário para que o mundo criado por Kátia e tudo o que existe nele ficassem claros para o leitor.

Apesar de termos uma descrição completa de todos os nove primos logo no início da história, é difícil termos vislumbres de cada personagem individualmente ao longo da trama pois o coletivo sempre se sobressai ao indivíduo, já que eles passam o livro praticamente todo reunidos e ainda há, além deles, um miríade de personagens que surgem a todo momento e por isso foi difícil me apegar a alguém. Essa grande quantidade de personagens também foi um tanto prejudicial aos diálogos, já que por vezes era difícil distinguir quem estava falando no momento.

Ainda assim posso destacar entre os primos Ágata, Débora e Daniel. Ágata é uma líder nata e sempre guia a turma com suas decisões quase sempre sensatas; Débora é a "do contra" e, por mais que ceda no final, sempre discorda dos primos e suas decisões, principalmente as tomadas pela Ágata o que faz com que ela esteja sempre discutindo com alguém, na maioria das vezes por motivos fúteis. Ela foi uma personagem difícil de aturar e me irritei constantemente com ela ao longo da leitura. Já o pequeno Daniel é o mais novo dos primos e apesar de ter somente quatro anos de idade ele possui inteligência e percepção muito aguçadas e um coração muito gentil, o que o faz se destacar dentre os demais.

Como uma boa fantasia há de tudo no livro da Kátia; de mundos desconhecidos a muros e montanhas que possuem vida e falam, o cenário é sombrio e a aventura e o perigo ali são constantes, pois há sempre algo prestes a acontecer, o que requer uma atenção maior do leitor caso ele não queira se confundir.

O final... ah, o final! O que dizer desse desfecho tão inesperado e que em pouquíssimas páginas conseguiu me destruir? A resolução escolhida pela autora responde, senão todas, a maioria dos questionamentos levantados e esclarece muitos acontecimentos, mas ela é arrebatadora e me deixou em choque com a coragem que ela teve em fazer o que fez e por fim me deixou questionando se a autora teria ou não um coração (brincadeirinha, sabemos que você é uma boa pessoa Kátia haha).

Apesar de ser um infanto-juvenil o ar sombrio e a escrita madura fazem de O Velho Mundo - Abrem-se os portões de Erebo um livro adequado para qualquer um que goste de fantasia e aventura e que não possua medo de finais intensos, não importando a idade que tenha.

17 comentários:

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    1. Oi Diego! Tudo bem e com você?
      Que bom que gostou, fico feliz! Infelizmente o livro não tem ilustrações, somente texto.

      Beijos!

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  2. Olá
    Adoro fantasias, especialmente as infanto-juvenis, ainda mais com jornadas, uma boa jornada sempre me pega. Realmente a descrição nas fantasias é algo complexo, tem gente que gosta que o mundo seja muito descrito, já outros preferem que só os detalhes, precisa encontrar um equilibrio

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  3. Oi, Larissa!

    Infelizmente eu não curto muito infantos-juvenis e muito menos livros sobre fantasia, então hoje passo a dica :/ Porém amei sua resenha, ficou ótima!

    Sucesso com o blog sempre!
    Beijos, Belle.
    floraliteraria.blogspot.com

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  4. Oi, Larissa. Eu me lembro de ter visto essa capa em algum lugar mas não sabia nada da história. Gostei bastante da premissa e me parece ser uma leitura rápida. Talvez, ter todas as descrições no começo, possa deixar a história um pouco lenta, mas nada que atrapalhe a leitura e estou acostumada com livros assim.

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  5. Oiii, tudo bem?
    Garota que livro mais lindo é esse? Realmente parece ser uma leitura rápida e surpreendente, cheia de detalhes que me envolveriam com toda certeza.
    Beijinhos

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  6. Olá!
    Eu não conhecia o livro, mas achei a premissa bacana!
    Não sei se leria o livro agora por conta de ter muita descrição (e isso é algo que me incomoda), além de ter sido difícil pra você se apegar a algum personagem. Mas achei muito legal o fato do livro ser uma fantasia com toques de filosofia e reflexões.
    Talvez eu dê uma chance futuramente.
    Ótima resenha!
    Beijos!

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    1. Olá!

      Também fiquei meio receosa por conta das descrições... Mas elas atrapalham demais mesmo? Concordo que às vezes elas são necessária,s pois quando é um livro de fantasia, o autor precisa nos transportar para o mundo que cria... MAs quando são descrições em excesso, me desmotiva.

      Só li um livro dessa editora, se chama Quilômetros de saudade, da Angélica Pina. Já leu? Lindo, leve, fofo e curtinho. Vale a pena!

      beijo

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  7. Olá,
    A premissa do livro é bem interessante e fiquei muito curiosa, principalmente por causa de seus comentários acerca do final que é inesperado e que conseguiu te destruir.
    Tenho certo receio por conta das descrições, pois se forem muito prolongadas e excessivas acaba me desmotivando!
    Gosto muito do gênero e pretendo procurar para ler.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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  8. Olá... não conhecia esse livro e por ser infanto juvenil confesso que já não o considero como um livro que eu vá gostar, entretanto achei a premissa muito interessante e o final que você citou me deixou bem curiosa. A escrita da autora ser mais madura já é algo mais favorável para mim.

    beijos
    Mayara
    Livros & Tal

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  9. Olá! Por ser infanto juvenil, parece ser de uma leitura rápida e bem cativante, adoro livros de fantasias, tanto que estou lendo O mágico de oz. Esse com certeza leria, pena que estou naquela época do tcc. Mas gostei e muito dessa obra.

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  10. Gosto muito de fantasia e aventura, e curto livros juvenis se forem bem trabalhados, mas a verdade é que não fiquei com nenhuma vontade de ler, principalmente por conta dos muito personagens. Se a autora tivesse feito uma história com sei lá, três primos, talvez eu me interessasse mais, pois poderia vê-los mais como seres individuais e não como um coletivo e assim teria mais chances de me apegar a eles. Fora que além deles ainda temos muitos outros personagens, e não gosto de ter problemas para identificar quem está falando num diálogo.

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  11. Oii,

    Olha acho que tenho o mesmo "problema" que você. Quando tem muitos personagens ou detalhamentos demais, sempre demoro muito para poder assimilar e seguir com a história. Mas o livro parece ter uma aventura e tanto. Fiquei curiosa para conhecer essa história.

    Beijos

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  12. Olá, primeiro que amor está o novo layout do blog, estou encantada, parabéns.
    e sobre o livro,eu adorei a premissa, tenho uma preferência a fantasia se ela for infanto-juvenil, e diferente de você, eu AMO escrita bem detalhadinha, parece me passar mais coisas para eu entender os ambientes e os personagens, ótima dica, irei anotar, bjs

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